Bairros com áreas verdes e bons indicadores de sustentabilidade vêm sendo mais procurados e valorizados em todo mundo, e a cidade de São Paulo não foge à regra. Ao proporcionar maior qualidade de vida, se tornam opções mais atrativas e, muitas vezes, mais caras se comparadas a outras regiões. Por isso, podemos dizer que construir ou comprar imóveis nestas localidades são investimentos que seguem o princípio ESG.
Neste post vamos compreender como os indicadores de sustentabilidade dos bairros de São Paulo estão influenciando o mercado imobiliário e sua ligação com os investimentos ligados ao princípio ESG. Confira!
Princípio ESG: o que é e para que serve?
A sigla ESG refere-se aos termos Environmental, Social and Governance – em português, Ambiental, Social e Governança. No mundo corporativo, o princípio ESG é extremamente importante na hora de definir investimentos.
Isso porque empresas que seguem tais critérios são muito mais valorizadas e bem vistas, uma vez que servem como métrica para avaliar o desempenho das companhias.
Cada área do princípio ESG tem suas ações possíveis, muito alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU:
- E (Ambiental, na sigla em inglês): Preocupação com a emissão de gases do efeito estufa, consumo de recursos naturais como água, energia, se emite gás carbônico, como contribui para as mudanças climáticas, como é feito o descarte adequado de resíduos, entre outros;
- S (Social): Cuidado com os trabalhadores, valorização do trabalho realizado, garantia dos direitos, campanhas ou ações de incentivo, diversidade e acessibilidade no quadro de funcionários.
- G (Governança): Políticas controladoras, práticas anticorrupção, metodologia de contabilidade e diversidade nos conselhos e cargos mais elevados da empresa.
Princípio ESG no mercado imobiliário
Cada vez mais, o mercado imobiliário vem incorporando o princípio ESG, entre eles garantir mais eficiência, sustentabilidade e a possibilidade de resistir melhor em meio a crises. Também tende a gerar uma visão mais positiva do público que ,de modo geral, associa a construção civil a desperdício de recursos e práticas pouco sustentáveis .
Além disso, os fundos de investimento já têm inúmeras políticas para alocar capital em empresas identificadas com governança e responsabilidade ambiental e social, ou seja, valores de ESG.
Para os grandes fundos, o investimento ESG está deixando de ser uma tendência para virar algo mandatório e investir em empresas com esse carimbo é mais seguro e rentável. Um exemplo é a Blackrock, maior gestora de recursos do mundo, que colocou o ESG no centro de suas decisões de investimento.
Indicadores de sustentabilidade, ESG e o mercado imobiliário em SP
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as cidades tenham, em média, uma árvore para cada habitante. A cidade de São Paulo está abaixo do ideal, mas segue uma tendência de arborização, e possui, em média, quatro árvores a cada 100 metros de via pública.
A lista das regiões mais verdes da cidade é liderada pelo Alto da Boa Vista, na zona sul, com 15 árvores plantadas a cada 100 metros de via. Em seguida vêm o Alto de Pinheiros, na zona oeste, com 12 árvores, e os Jardins, na zona sul, com 11.
O restante do top 10 dos bairros mais arborizados segue com Brooklin (10 árvores), Cidade Jardim (10), Santa Cecília (10), Vila Nova Conceição (9), Pacaembu (9), Itaim Bibi (9) e Real Parque (8).
Mas pensando na incorporação do princípio ESG no mercado imobiliário e indo além da arborização, é preciso pensar também nos indicadores de sustentabilidade, o que torna os bairros ainda mais atrativos para investimento.
Neles, o preço médio do metro quadrado em novos empreendimentos é maior e o valor de um apartamento pode ser até 10% mais alto do que em outras regiões. Nos Jardins, por exemplo, um novo empreendimento tem preço de metro quadrado superior a R$ 12 mil, enquanto no Alto de Pinheiros o valor ultrapassa os R$ 10,5 mil e no Alto da Boa Vista o m2 pode chegar a quase R$ 9 mil.
Os bairros mais arborizados de São Paulo são aqueles planejados no século 20 pela inglesa Cia. City, com um conceito inglês de urbanização que prezava justamente as áreas verdes e calçadas amplas. A empresa implantou os Jardins e o Alto de Pinheiros, por exemplo, dois pontos da capital com lotes grandes e ruas e praças arborizadas.
Assim, entre os 5 bairros mais sustentáveis de SP destacamos:
- Pinheiros – o bairro da zona oeste detém a maior região arborizada da cidade e é cercado por vários parques, como o Villa-Lobos;
- Horto Florestal – localizado na zona norte de São Paulo, o bairro abriga o Parque Estadual Albert Löfgren ou simplesmente Horto Florestal;
- Vila Mariana – muitas árvores pelas ruas e próximo ao Parque Ibirapuera;
- Chácara Flora – região protegida pela lei de zoneamento, que permite somente a construção de casas. Detém mais de 1 milhão de m2 de Mata Atlântica;
- Higienópolis – planejado, o bairro tem ruas largas e bem arborizadas.
Além da maior presença de vegetação, esses bairros contam com planejamentos que conferem calçadas mais largas, ciclovias e infraestrutura capaz de proporcionar conforto aos moradores. Por esse motivo, os imóveis dessas regiões necessitam de um alto investimento.
Na contramão, a Região Central concentra três dos cinco bairros com menos árvores na cidade de São Paulo. Dentre os 96 distritos da capital, a região da Sé fica na última posição com apenas 518 árvores nas ruas. Marsilac (675), Jaraguá (897), Brás (1.290) e República (1.782) fecham a lista dos 5 menos arborizados da capital paulista.
Análises geoambientais precisas com a plataforma DataLand
Na hora de decidir uma localização para construir ou investir, é importante, portanto, analisar indicadores de sustentabilidade e buscar por empreendimentos de empresas que atendam o princípio de ESG.
Mas para isso, é preciso ter dados estruturados e atualizados para fazer esse monitoramento com precisão. Neste quesito, as soluções da DataLand são perfeitas para análises do setor imobiliário, pois conta com ferramentas embasadas em Data Science, com algoritmos inteligentes capazes de fornecer informações e cruzamentos precisos para melhor tomada de decisão.
A DataLand tem como propósito trazer nas soluções, sugestões de “ocupações” que tenham alma sustentável, que impactem no entorno e ajudem na revitalização das cidades. Nossa tecnologia foi constituída com o conceito de “descompressão”, propondo áreas verdes (incentivos), áreas culturais, áreas de convívio em família etc.
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