Os investimentos em Real Estate, mercado que representa a maior classe de ativos do mundo (cerca de US$ 225 trilhões), são um aspecto intrínseco da inovação no setor construtivo e imobiliário.
Apesar da digitalização mais lenta, que, de forma geral, ainda tem empresas em fases iniciais de introdução da tecnologia no desenvolvimento dos seus negócios, nos últimos anos, o cenário vem mudando e o aporte em inovação está em expansão com soluções diversas para cada perfil de empresa.
No Brasil, por exemplo, o ano de 2020 foi marcado pela venda de 190 mil imóveis e movimentação de R$ 124 bilhões em créditos imobiliários para construção. E esse movimento já apresenta retornos positivos, como indica a pesquisa Global Corporate Venturing, que mostra um TIR (Taxa Interna de Retorno) acima de 11% ao ano.
E este são apenas alguns dos números que reforçam a importância significativa de investimentos em Real Estate, papel agora também realizado pelas fintechs no mercado imobiliário, conhecidas como Real Estate Fintechs.
Neste post, vamos compreender melhor sobre o impacto desses produtos e serviços financeiros voltados para o mercado imobiliário, além de outras possibilidades de inovação na cadeia construtiva. Continua a leitura!
Impacto das fintechs nos investimentos em Real Estate
As Real Estate Fintechs são startups focadas em trazer resultados estratégicos para os negócios imobiliários.
O “Report Real Estate Fintech”, desenvolvido pela Terracotta Ventures – empresa de venture capital da América Latina especializada nos mercados imobiliário e de construção civil -, mostra como o crescimento e a maturação das fintechs impactam os investimentos em Real Estate.
Segundo Marcus Anselmo, managing partner da Terracotta, as fintechs podem surgir a partir da adição da startup ao negócio, partindo de um ativo que possa impulsionar a operação ou através do embedded finance, ou seja, a integração de soluções financeiras as proptechs e construtechs.
De acordo com ele, ao analisarmos a intersecção entre o segmento imobiliário e o financeiro vemos diferentes exemplos de negócio.
“Temos startups que têm desenvolvido linhas de crédito para loteadores, e outros players cujo escopo original era estritamente imobiliário e agora estão passando a enxergar o mercado financeiro como uma alternativa para promover novos produtos. E modelos como os de embedded finance facilitam o acesso ao crédito, aceleram os processos burocráticos e trazem mais alternativas para o setor imobiliário,” explica Anselmo.
O levantamento feito pela Terracotta apontou que em 2020 houve 110 rodadas totalizando US$ 1,5 bilhão de investimentos envolvendo alguma startup que integre soluções financeiras ao ecossistema imobiliário e da construção civil no mundo – os cheques em rodadas early-stage chegaram a US$1,07 milhão, enquanto a taxa de CAGR bateu 110 no último ano.
O modelo de embedded finance é um dos fatores que ajuda a impulsionar o surgimento de mais Real Estate Fintech, aumentando o escopo das captações no setor. Somado a isso, o ganho de maturidade natural dessas empresas também faz o valor dos cheques crescer cada vez mais.
Tudo isso significa uma mudança relevante no mercado brasileiro e com indícios de expansão para os próximos anos.
Até metade de 2021, por exemplo, já haviam sido registrados 51 deals, em um total investido de US$1,709 bilhão em Real Estate Fintechs, valor superior ao registrado no ano anterior completo, quando foram aportados US$1,592 bilhão em empresas desta tese.
Ainda de acordo com o Report Real Estate Fintech, no Brasil existe uma parcela muito relevante de empresas da construção civil de pequeno e médio porte. Em 2020, havia 45 mil empresas com 5 a 29 funcionários, representando 23% do total das incorporações.
Para esse segmento, uma solução que pode ser importante é a introdução do crowdfunding imobiliário, já que tais empresas não contam com track-record ou uma estrutura administrativa que lhes garantam acessar recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para captar verbas para o projeto, lançamento ou construção.
Anselmo diz que esse movimento de crowdfunding imobiliário ainda é incipiente no Brasil, embora tenha bastante potencial, já que apenas o Mercado Bitcoin conta com mais de dois milhões de clientes, enquanto o número de investidores em FIIs é de 1,2 milhões e os de crowdfunding foi apenas de pouco mais 8.2 mil em 2020”, completa.
Leia também: Real Estate Fintechs e Data Science na incorporação – veja modelos que ajudam a impulsionar o setor imobiliário
Como vimos até aqui, os investimentos em real estate focados em fintechs possuem um papel importante para a inovação e o crescimento do mercado imobiliário.
No entanto, para isso, é preciso que as construtoras e incorporadoras inovem em soluções diversas para acelerar a cadeia produtiva de forma inteligente e sustentável. Vamos conhecer uma das possibilidades a seguir.
Data Analytics e Inteligência Artificial para otimizar o mercado imobiliário e a performance urbana
Entre as formas de utilizar a tecnologia a favor da transformação do setor está o uso de Inteligência Artificial e Data Analytics, como é proposto pela DataLand.
Com um aporte recente de R$ 5 milhões – que poderá chegar a R$ 25 milhões – recebidos do multi family office GHT4, a startup tem o propósito de transformar a ocupação urbana através da ciência de dados.
Com isso, ajuda a potencializar a performance de investidores e incorporadores na utilização de espaços urbanos, privilegiando o crescimento sustentável das cidades dos negócios do setor.
A DataLand acredita em uma cidade verde, planejada proporcionando uma integração sustentável. Através de dados processados da cidade de São Paulo, a solução oferece insights precisos e atualizados para auxiliar no estudo de viabilidade e vocacional de incorporações.
Com a plataforma da DataLand, construtoras e incorporadoras podem obter informações de diversas fontes dispostas em um único local.
A solução processa informações de dados públicos e proprietários de diversas fontes para alimentar as soluções de prospecção de terrenos e viabilidade imobiliária. Além disso, é possível economizar tempo, ao ter acesso aos dados muito mais rapidamente do que em outras plataformas ou se realizado de maneira manual.
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