As cidades do futuro precisam ser pensadas com base nas tecnologias digitais, mas não só isso, a tecnologia deve ser encarada como uma ferramenta para obter cidades mais resilientes e mais humanas.
As tecnologias são essenciais, mas precisam ser trabalhadas em conjunto com tudo o que representa a cidade.
Pensar em cidades inteligentes, ou seja, cidades que se desenvolvem buscando ao máximo proporcionar a melhor qualidade de vida à população, envolve uma série de aspectos urbanísticos, sociais, econômicos, mercadológicos e legais.
Este é o tema que abordaremos no post com as contribuições da Myriam Tschiptschin, Arquiteta Urbanista, Consultora de Sustentabilidade e Smart Cities do CTE – Centro de Tecnologia de Edificações.
Se você quer conhecer as tecnologias fundamentais para as cidades do futuro e exemplos ao redor do mundo, continue a leitura!
Tendências na sustentabilidade urbana
Ao considerarmos o ano de 2020, com o cenário caótico da pandemia do coronavírus, percebemos o fortalecimento de algumas tendências sustentáveis, que embora já existissem foram reforçadas com essas transformações.
Afinal, como responder a crises? Como as cidades podem continuar produtivas mesmo diante dessas transformações? O fato é que os ambientes em que vivemos influenciam nossos hábitos e vice-versa, por isso, é cada vez mais necessário integrar o planejamento das cidades com as transformações da sociedade.
Entre as tendências para as cidades do futuro, podemos destacar:
- Equilíbrio com a natureza
- Resiliência
- Saúde e bem-estar
- Colaboração
- Tecnologia digital
De acordo com Myriam Tschiptschin, a realidade pandêmica mostrou o quanto é preciso focarmos em um desenvolvimento equilibrado com o meio ambiente. Isso significa lidar com as rápidas alterações que surgem gerando a resiliência das cidades.
“Temos uma série de possibilidades com a sensorização das cidades, conseguimos através da captação de dados ter uma central de monitoramento de Data Analytics. Mas tudo isso como uma ferramenta para obter cidades com mais saúde, qualidade de vida, eficiência operacional, preservação ambiental e inovação.”
A tecnologia permite a captura de dados que podem ser essenciais para uma gestão mais inteligente e criação de práticas mais assertivas e duradouras para as cidades do futuro. Vamos entender melhor o seu papel e conhecer as tecnologias fundamentais a seguir.
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O papel da tecnologia nas cidades do futuro
Para Myriam “a ferramenta digital deve ser estudada, e, muitas vezes, é a mais interessante para o projeto, mas ela deve ser sempre vista como um meio, não um fim.”
Ou seja, não adianta pensar que as tecnologias irão resolver os problemas das cidades. Se não houver transformação na forma como lidamos com o espaço urbano de nada serve no longo prazo.
Cada cidade vive uma realidade territorial e socioeconômica diferente, o que indica que as soluções também não serão as mesmas.
O que funciona para as cidades da Europa pode não ser ideal para a América, mas é importante conhecer o estudo por trás de cada estratégia para buscar adaptações.
Vejamos o que pode ser pensado em cada aspecto.
Mobilidade e acessibilidade
Em São Francisco, nos Estados Unidos, os estacionamentos são monitorados e cobrados de acordo com a demanda de carros. Embora não resolva a quantidade de veículos nas ruas, facilita no fluxo do trânsito e no dia a dia do motorista.
É preciso pensar em como transformar o uso dos espaços de formas mais inteligentes para comportar os veículos de locomoção proporcionando interações mais amigáveis e dinâmicas com os lotes. Algumas opções são:
- Fachada ativa
- Tamanho máximo de quadra
- Fruição pública
- Restrições a carros
- Restrições a muros
Eficiência energética
No Brasil, a iluminação inteligente trata-se de uma das aplicações mais eficientes e conhecidas. Em várias cidades, como Belo Horizonte, Minas Gerais, há sistemas LED e sistemas de controle remoto que garantem uma gestão da iluminação.
É possível saber, por exemplo, quando as lâmpadas estão desligadas ou se precisam ser trocadas.
Além disso, os potes de iluminação são veículos físicos para transportar tecnologia em rede como Wi-fi público (até 5MBps por poste), estação meteorológica, gerenciamento de tráfego, gerenciamento de rotinas de manutenção para infraestrutura urbana, entre outros.
Outro aspecto que precisa ser pensado quanto a iluminação para as cidades do futuro é a redução da poluição luminosa.
Existem pesquisas que mostram como as luzes afetam o nosso sono e também é importante pensar na fauna local, como os pássaros que podem ser desorientados pelas luzes e colidirem com estruturas ou se tornarem mais vulneráveis a predadores.
Materiais e resíduos
Aplicada nos Estados Unidos, Canadá, Suécia, entre outros países, a lixeira inteligente ainda não é uma realidade no Brasil.
Os sistemas pneumáticos de lixo encaminham os resíduos para centros de tratamento através da tubulação subterrânea.
A tecnologia reduz odores, a emissão de CO2 e elimina a necessidade de transporte por caminhões. Apesar de incipiente, temos alguns exemplos brasileiros como o Parque da Cidade, na capital paulista.
Governança e desenvolvimento local
Para promover cidades mais humanas e colaborativas, tecnologias que permitem a interação dos usuários com a cidade são cada vez mais requisitadas.
É necessária uma integração maior entre as pessoas e os bairros, tornando os moradores parte da gestão pública à medida que contribuem para a fiscalização e as estratégicas de governança.
Como vimos, as cidades do futuro precisam resolver os desafios criados hoje com rapidez e eficiência. Para isso, Myriam afirma que a gestão pública precisa ser uma facilitadora e também abraçar as inovações.
O mesmo precisa ser feito pela iniciativa privada que pode implementar as tecnologias digitais de dentro para fora, mudando a cultura empresarial e movimentando um ecossistema para se adequar às mudanças.
“Fica a reflexão para pensarmos o nosso dever de projetar cidades cada vez mais flexíveis para atender transformações cada vez mais rápidas. Além do tempo de projetos e obras, os projetos precisam se adequar às transformações ao longo de todo o seu ciclo de vida”, explica Myriam.
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